quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pequena

Apesar de curinga como você mesma disse, esse tratamento me lembra momentos de uma felicidade fugaz, porém, muito intensa, de uma história curta, mas com direito a todos os caprichos de um relacionamento duradouro, que apesar da sua relutância em admitir, eu insistentemente tomava para mim como um namoro, e ainda sob minha ótica eu o via bonito e sincero. Você nos definiu como duas crianças e num presente que lembra a mais tenra idade da infância, você me disse que eu havia lhe conquistado. Não sabia eu que o coração das mulheres é muito mais simples do que imaginava. Sábio conselho de professor: “para se conquistar as mulheres recorra às ações mais pós-modernas e inovadoras possíveis, mimos, flores e bombons” no meu caso junte-se a isso uma dose de timidez e paciência. Gostaria de falar sobre muitos momentos belos que tivemos, mas o que mais me atrai é como furtivamente entravamos em casa, como que envergonhados, temendo a reprovação ao olhar de terceiros, contudo, saíamos sempre convalescidos pelo deleite inebriante da companhia de um ao outro, envoltos na madrugada fria de uma cidade deserta a escutar os apitos de vigilantes temerosos que ladrões mais espertos assaltassem casas, e nós estávamos ali, indiferentes, saboreando a passos arrastados, caminhando juntos, noite após noite para o nosso ocaso. O poeta certa vez disse que saudade maior é de quem fica, certamente ele deve ter ficado, eu de minha parte que parti, digo que a dor é deveras grande para ambos. Bem, na falta de um apelido carinhoso a que um dia me identifiques na multidão e me torne singular entre os demais, tente lembrar-se de mim como alguém, inseguro, bobo, às vezes “bruxinho” e que gostou/gosta de você de graça e que só se sentia feliz quando “via” você com as mãos, os pés, braços, com a boca, com o frio da noite e o calor da pele...

Nenhum comentário:

Postar um comentário