quinta-feira, 22 de julho de 2010

Coisas da minha terra

É noticia corrente que algumas pessoas do povoado de Belo Campo terão que aturar ou “comer na mão” de determinado grupo que logrou ter chegado ao poder nessa última campanha eleitoral, mais precisamente, para o cargo de vereador. O curioso é que a palavra aturar e a expressão “comer na mão”, implicam uma situação de imposição, um sentido negativo, como se alguém lhe impusesse algo desagradável, a que você não pudesse safar-se, sendo portanto, obrigado a suportar ou aturar como dizem. Colocando isso dentro do plano político surgem duas interpretações que de um lado concorda com o tal dizer, mas não de todo, e outra que gera uma contradição ou mesmo uma sentença às avessas. Explico. Dentro de certos favoritismos políticos, realmente um grupo terá que sair para dar a vez a outro, entenda-se favoritismos como os chamados cargos de confiança, passando para o populacho, emprego mesmo. Que são corriqueiros nas trocas políticas, embora não concorde. Numa câmara de vereadores como são as de America Dourado e Lapão, existem representantes de vários lugarejos. Um vereador somente, não teria a primazia sobre todos os cargos de confiança disponíveis na máquina pública. Ou seja, até mesmo aqueles que estavam do lado do “vencedor”, sairão perdendo. Isso implica raciocinar que, a grande maioria ficaria de fora do jogo das cadeiras ou empregos, então a palavra aturar e a expressão “comer na mão” se aplicam a uns poucos. Então, como ficam os que não são contemplados, aturando também? Mas resta ainda o mandato, o cargo, que dura aí quatro anos. Virá daí o aturar? Bom, embora escolhido por uma parcela, indistintamente governará para todos. E se o referido grupo ainda sim, colocar-se no pedestal de arrogância e dizer-se dono do lugar, impondo e bravejando para todos que terão que atura-los, incorrerão numa contradição. É que dentro do meu pequeno entendimento de política, um vereador se candidata por que se preocupa com o bem estar de todos, viabilizando obras para o lugar a que pretendeu defender e beneficiar. Portanto, quando o grupo fala que teremos que aturar, eu me pergunto se propositalmente ele fará um mandato ruim, forçando-nos realmente a ter que aturar, na acepção mesmo da palavra. Mas se o contrário ocorrer, ou seja, se obras vierem para Belo Campo, não sei se a palavra a ser usada é aturar, mas regozijar-se, esbaldar, maravilhar-se, e por que não, gostar.


Lula Dourado 06/10/2008

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